segunda-feira, 17 de junho de 2013

Casa ecoeficiente

  Apaixonado pelo estudo de fontes de energia alternativas desde a adolescência, na década de 1970, o técnico em eletrônica Marco Aurélio Gimenez, hoje diretor de uma indústria de motores no interior de São Paulo, viu no projeto de construção de sua casa a possibilidade de aplicar seus conhecimentos sobre o assunto.
  Quando começou a construir sua casa, em Vinhedo, interior de São Paulo, há cerca de quatro anos, o diretor da indústria de motores Anauger sabia bem o que queria.
  Era a concretização de um antigo sonho do estudante do curso de técnico de eletrônica, quando Marco Aurélio Gimenez foi premiado com um trabalho sobre fontes alternativas de energia elétrica.
  Portanto, a residência de 400 metros quadrados deveria causar o menor impacto ambiental possível quando em uso por seus moradores.
  Foi assim que o projeto desenvolvido pela arquiteta Marília Gallo e acompanhado de perto por Gimenez contemplou soluções sustentáveis que reduzem o consumo de água e de energia elétrica, fornecidas pelas redes públicas, e o uso de materiais de baixo impacto ambiental.
  Aquecimento solar de água para banhos e torneiras, energia solar fotovoltaica para iluminação de jardins, captação de água da chuva, deque com madeira plástica reciclável e soluções para explorar a iluminação natural estão na lista das práticas adotadas
  A residência já utiliza energia fotovoltaica na iluminação dos jardins e no sistema de emergência. Módulos com potência instalada de 250 watts transformam a radiação solar em eletricidade distribuída para luminárias com lâmpadas led em dez pontos da moradia.
  Um gerador eólico de 300 watts, posicionado sobre o telhado, auxilia na geração de eletricidade, trabalhando em conjunto com os módulos solares.
  Assim, formou-se um circuito elétrico que, movido a energias do sol e do vento, permite carregar as baterias usadas para armazenar a energia captada. Para melhor desempenho do consumo, a iluminação com leds foi empregada nos jardins e nas dependências internas.
  O aquecimento dos 30 mil litros de água da piscina é feito pelos aquecedores solares. A bomba que faz circular a água da piscina nos coletores, para aquecimento, é alimentada pelo módulo solar fotovoltaico. Essa solução permite que o sistema funcione com custo zero no consumo de energia elétrica da rede pública.
  Mas Gimenez tem planos de tornar a casa autônoma na produção de energia elétrica, com a instalação do sistema fotovoltaico conectado à rede.
  "Em 2013 espero passar de consumidor para fornecedor de energia, pois os custos de todos os equipamentos relacionados à energia alternativa têm sofrido baixas expressivas de alguns anos para cá”, diz ele, que se sentiu motivado após a regulamentação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em abril de 2012, permitindo sistemas solares conectados à rede (microgeração caseira)
  Trata-se da resolução normativa 482, de 17 de abril de 2012, que estabelece as condições para o acesso aos sistemas de fornecimento de energia elétrica das centrais de microgeração e minigeração que utilizem fontes com base em energia hidráulica, solar, eólica, biomassa ou cogeração qualificada, conectadas na rede de distribuição por meio de instalações de unidades consumidoras.
  Em alguns setores da casa já é possível ver os primeiros resultados dos investimentos, como o sistema de captação de água da chuva, instalado há cerca de três anos. Em um período de seca, quando se consumiu apenas a água da rede pública, o valor da conta subiu de cerca de 60 reais para 200.
  Para captação pluvial foi construída uma cisterna, abaixo do deque da piscina, com capacidade de 10 mil litros de água coletada através das calhas. Toda a água passa por um filtro, e 95% da captação é aproveitada. Os moradores garantem que não há diferença alguma na aparência da água em comparação com aquela vinda da rede externa.
  O projeto elaborado por por Marília, também responsável pelo gerenciamento e construção, adequou-se às expectativas de Gimenez de construir uma casa adaptada aos tempos atuais, que pedem a redução do impacto das atividades humanas sobre o planeta. Assim, em vários ambientes a alvenaria cedeu espaço para aumento dos vãos-luz, que receberam fechamentos de vidro, favorecendo a entrada de luz natural nos interiores.











Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 396 Fevereiro de 2013







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